Cultura de Esperma com Antibiograma
A cultura para germes aeróbicos comuns pode ser realizada a partir de uma série de amostras e sua condução leva em consideração as características da amostra e da bacterioscopia inicial. Cada compartimento possui diferentes características de pH, flora normal, oxigenação, etc, o que faz com que os achados sejam valorizados de acordo com o contexto clínico laboratorial. O antibiograma é realizado para a bactéria isolada considerada potencialmente patogênica, segundo as normas do CLSI. Indicações: Diagnóstico de infecções bacterianas; estabelecimento de perfis de sensibilidade a antibióticos. Interpretação clínica: O método de referência para determinar a presença de infecção é a cultura quantitativa. Para que os resultados tenham boa correlação com a clínica, é essencial que se disponha de amostra coletada de forma adequada para cada tipo de material. Quando não se conhece a sensibilidade de um microrganismo que contribui para um processo infeccioso, devem ser feitos testes, especialmente quando se trata de espécies capazes de desenvolver resistência aos agentes antimicrobianos normalmente usados. Alguns microrganismos são reconhecidamente suscetíveis a certos agentes antimicrobianos e o tratamento empírico é utilizado na rotina. A penicilina, por exemplo, é uma droga eficaz para o tratamento de Streptococcus pyogenes, o que torna desnecessário o teste de sensibilidade. A exceção é quando o paciente é alérgico a este antimicrobiano. Neste caso, deve-se testar a sensibilidade à eritromicina. Da mesma forma, é dispensável efetuar teste para a Gardnerella vaginalis, pois o tratamento empírico com metronidazol já está estabelecido. O teste de sensibilidade aos antimicrobianos tem importante valor preditivo negativo. Detectar resistência é mais importante do ponto de vista clínico, porque pode se saber assim a probabilidade de êxito terapêutico. Por outro lado, a sensibilidade de um microrganismo diante de um agente antimicrobiano não é certeza absoluta de sucesso no tratamento, pois as reações in vivo podem ser diferentes das que ocorrem in vitro. Alguns microrganismos fastidiosos requerem testes de sensibilidade específicos, como por exemplo Haemophilus spp, Neisseria gonorrhoeae e Streptococcus pneumoniae. Tem-se revelado de grande importância a detecção de espécies produtoras de beta-lactamase, enzima que inativa a ação de antimicrobianos que apresentam o anel beta-lactâmico na estrutura química, como as penicilinas e cefalosporinas. O teste é útil para as bactérias Neisseria gonorrhoeae, Haemaphilus spp., Moraxella catarrhalis, Enterococcus spp., Staphylococcus aureus e estafilococos coagulase-negativa. Algumas cepas de Enterococcus spp. têm apresentado alto nível de resistência aos aminoglicosídios, indicando que o uso de penicilinas combinado a aminoglicosídios, visando uma ação sinérgica, não terá o efeito desejado. Neste caso, recomenda-se testar antimicrobianos em alta concentração de gentamicina (120ug) e estreptomicina (300ug) ou através de equipamento automatizado. Esta pesquisa é indicada em isolamentos do sangue e do liquor. A pesquisa da enzima beta-lactamase de espectro ampliado mais comumente encontrada na E. coli e Klebsiella pneumoniae embora também possa estar presente em outras enterobactérias, tem demonstrado ser um dado fundamental na liberação dos testes de sensibilidade, já que sua presença indica resistência aos antimicrobianos beta-lactâmicos, não evidenciada no antibiograma usual.